11 de julho de 2016

ANDANDO NA VERDADE

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Os desafios na vida do novo cristão (10)
Cristãos de segunda geração

É costume dizer que "Deus não tem netos". Esse ensino ressalta que a fé não pode ser herdada de geração para geração; cada pessoa deve assumir a responsabilidade de sua própria fé e de seu relacionamento com Deus. Deus deu a cada ser humano o privilégio de se tornar seu filho por meio da fé em seu Filho unigênito, Jesus Cristo (João 1:12; 3:16). O mesmo autor que registrou esses versículos maravilha-se conosco no que diz respeito ao amor que "nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus" (1 João 3:1), e o apóstolo Paulo lembra-nos de que, se estamos "em Cristo Jesus", o próprio Espírito Santo testifica que somos "filhos de Deus" (Romanos 8:1,16).
"Cristãos de segunda geração" pode dizer respeito a uma situação encontrada pelos cristãos ao incutir uma "fé igualmente preciosa" no coração de seus filhos. Os pais, sem dúvida, têm a responsabilidade de ensinar os seus filhos, criando-os "na disciplina e na admoestação do Senhor" (Efésios 6:4). Na verdade, as instruções para que os pais ensinassem eram um aspecto da lei mosaica (veja Deuteronômio 6:6-9 ou Josué 4:21-23). Ao longo da história, os pais têm tido dificuldade de "formar Cristo" em seus filhos (veja Gálatas 4:19).
Entretanto, ainda que difícil, levar os nossos filhos a uma fé madura não é impossível, e alguns de nós, cujos pais e avós serviram de exemplo cristão, podem entender o lembrete que Paulo deu a Timóteo a respeito da vantagem que ele tinha de ver a fé da mãe e da avó, ainda que seu pai gentio exercesse uma contra-influência suficiente para que Timóteo não tivesse se circuncidado até se tornar adulto (veja 2 Timóteo 1:5; Atos 16:1-3). A dificuldade de criar os filhos em meio a uma "geração perversa" (Atos 2:40) não deve nos impedir de seguir o exemplo de Eunice e Lóide.
A expressão "cristãos de segunda geração" pode ser também empregada com referência àqueles que, embora não sejam descendentes consangüíneos, podem, mesmo assim, ser chamados "filhos na fé". O pai biológico de Timóteo pode não ter compartilhado da fé da esposa e do filho, mas ainda assim Timóteo tinha um "pai no evangelho" - o próprio apóstolo Paulo, que muitas vezes tinha o prazer de se referir a Timóteo como "filho na fé" (1 Timóteo 1:2, 18). O apóstolo João lembra-nos que não pode haver"maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade" (3 João 4). Sem dúvida, alguém que ensinou a alguém, ou lhe batizou, ou de alguma forma o levou a Jesus, e esta pessoa está desde então crescendo até chegar a ser um presbítero ou está levando o evangelho a um lugar distante ou difícil, ou está entregando a palavra a crentes fiéis que também podem ensinar (2 Timóteo 2:2), pode servir de testemunha da emoção de que João fala.
Assim como é natural que um "pai no evangelho" sinta essa alegria, é também natural que o "filho na fé" tenha um sentimento de respeito por alguém que trabalhou, até se sacrificou, para ensinar as boas novas e, freqüentemente, é considerado "superior" na experiência e no conhecimento. Não há nada de errado com esses sentimentos, desde que aprendamos a não exaltar homens acima do que está escrito (1 Coríntios 4:6), lembrando-nos de que, quem quer que plante ou regue a semente, é Deus "que dá o crescimento" (1 Coríntios 3:6-7). A Bíblia nos instrui a render honra a quem honra (Romanos 13:7), quer pais carnais (Efésios 6:2), quer outros que nos ensinam a verdade e cuidam de nossas almas (1 Timóteo 5:17; Gálatas 6:6).
Mas os problemas surgirão, quando levamos esses sentimentos naturais muito longe, pensando nos homens "além do que está escrito". Apesar dos sentimentos legítimos de gratidão, respeito e lealdade por alguém que nos ensinou a verdade, não ousamos permitir que esses sentimentos por um pai espiritual ou mesmo terreno ultrapassem a nossa devoção e lealdade ao Pai celeste, ou permitir que os sentimentos de parentesco com outro ser humano justifique as ações dele quando ele violar a vontade do Pai celeste. Muitos de nós conhecem a alegria de ver os nossos filhos "andando na verdade"; em contrapartida, muitos já experimentaram a dor de ter um "filho pródigo". Talvez tão doloroso seja ver um pai terreno ou espiritual ensinar doutrina falsa ou mesmo abandonar o Senhor completamente. Nessas horas, devemos lembrar-nos quem é o nosso verdadeiro Pai.
Por fim, é claro, é essa tarefa de achar o "Pai verdadeiro" que deve ocupar o nosso percurso terreno. Com os nossos "filhos na fé" e mesmo com nossos filhos físicos, em certo sentido somos apenas pais que cuidam dos filhos de outrem. Os nossos filhos são feitos à imagem de Deus, e, assim como uma criança adotada é tomada freqüentemente do desejo irresistível de localizar os seus pais biológicos, assim devemos incutir em todos os nossos filhos, e em nós mesmos, o mesmo sentimento de necessidade e fervor para encontrar o nosso Pai que está no céu. Na verdade, Deus não tem netos.
(-por Steve Wolfgang).Que Deus abençoe a todos pastor Antonio Marques

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