
Provérbios (Comentário Bíblico Moody) 3 Esta seção, Provérbios 1 a 9, contrasta portanto o pecado com a
justiça. As palavras "sabedoria", "instrução", "entendimento", etc.,
através de toda esta passagem, não se referem simplesmente à
inteligência e capacidade humanas; mas antes contrastam com aquilo que
é mau. A sabedoria conforme usada aqui é portanto uma qualidade
moral. Deve-se notar que este é um uso especial. Na maior parte do
Velho Testamento, a sabedoria é simplesmente capacidade ou
sagacidade. Até no Eclesiastes, onde a sabedoria também foi enfatizada,
é apenas inteligência humana e portanto foi colocada ao lado da loucura
como vaidade (Eclesiastes. 2:12-15).
Só em Jó 28 e em certos salmos (37:30; 51: 6; 91: 12; 111:10) é que
se nota o conceito proverbial da sabedoria. Mesmo a sabedoria pela qual Salomão se tornou famoso nos livros históricos não era exatamente esta
sabedoria. Ele ficou famoso por sua capacidade na ciência natural (I Reis
4:33), na jurisprudência (I Reis 31 16-28) e por sua grande inteligência (I
Reis 10:1-9). Provérbios acrescenta ao conceito da acuidade mental a
retidão moral a única que dá mérito à inteligência.
Na segunda seção, os Provérbios de Salomão, 10:1 – 22:16, a
doutrina é apresentada quase que exclusivamente através de versículos
isolados. Através do capítulo 15, o ensino é feito por meio de contraste,
indicado por um 'irias" no meio de quase todos os versículos.
Subseqüentemente há paralelos de idéias mais freqüentes que os
contrastes. Esta seção cobre uma larga escala de assuntos e torna difícil
fazer um esboço. O ponto de vista, contudo, é bastante consistente.
Salomão faz um contraste entre a sabedoria e a loucura. E, como na
Seção l, não é a inteligência versus a estupidez; é a sabedoria moral
versus o pecado. Nesta seção a sabedoria não está personificada, mas os
mesmos sinônimos da Seção I foram usados aqui em se tratando dela –
entendimento, justiça, instrução. O louco também tem o seu paralelo: o
zombador, o preguiçoso, o obstinado.
As seções seguintes (veja Esboço) continua nesta linha. Conforme
Toy destaca (Crawford H. Toy, ICC sobre Provérbios, pág. xi), a ética do
livro é muito alta. Honestidade, verdade, respeito pela vida e propriedade
são os pontos nos quais se insiste. Os homens são aconselhados a
exercerem a justiça, o amor, a misericórdia para com os outros. Uma boa
vida familiar, com cuidadosa educação das crianças e um alto padrão
feminino é o que se reflete.
Quanto ao aspecto religioso, o Senhor se entende como o autor da
moral e da justiça, e o monoteísmo é pressuposto. As referências à Lei e
à profecia (29:18) ao sacerdócio e aos sacrifícios (15:8; 21:3, 27) são
poucas, no entanto. O autor fala de si mesmo, inculcando princípios de
boa conduta como vindos do Senhor..(.Que a paz Salvadora do Mestre Jesus esteja sobre sua vida e família)).Que Deus abençoe a todos.)