15 de abril de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO

 

Livro Marcos (William Barclay)  231 Nesta passagem há repetidas referências ao geena. No Novo  Testamento se fala do geena em Mateus 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9;  23:15,33; Lucas 12:5; Tiago 3:6. A palavra se traduz regularmente  inferno, e é uma palavra com história. É uma forma da palavra Hinom. O  vale de Hinom era uma quebrada fora de Jerusalém, que tinha uma má  história.  Era o vale em que Acaz, na antiguidade, tinha instituído o culto do  fogo e o sacrifício de crianças no fogo. “Queimou incenso no vale do  filho de Hinom e queimou a seus próprios filhos” (2 Crônicas 28:3). Esse  terrível culto pagão foi seguido também por Manassés (2 Crônicas 33:6).  vale do Hinom, Geena, portanto, era a cena de um dos mais terríveis  deslizes de Israel para os costumes pagãos. Em sua reforma, Josias  declarou lugar imundo ao vale do Hinom. “Também profanou a Tofete,  que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém queimasse a seu  filho ou a sua filha como sacrifício a Moloque” (2 Reis 23:10). Quando o  vale foi assim declarado imundo e profanado, foi destinado a lançar os  lixos de Jerusalém para ser queimados. Em consequência era um lugar  sujo e fétido, onde animálias asquerosas se criavam entre os desperdícios  e onde havia sempre fogo e fumaça como em um enorme incinerador. A  referência ao verme que não morre e o fogo que não se apaga, procede  de uma descrição da sorte dos inimigos de Israel em Isaías 66:24.  Devido a tudo isto, o vale do Hinom ou Geena se converteu em uma  sorte de símbolo do inferno, ou o lugar onde as almas dos ímpios serão  torturadas e destruídas. Assim é usado no Talmud. "O pecador que desiste das palavras da Lei no final herdará o Geena." De modo, pois,  o Geena representa o lugar de castigo, e a palavra suscitava na mente  todo israelita as imagens mais repelentes e terríveis.  Mas qual é a meta pela qual deve sacrificar-se todo o resto? É  descrita de duas maneiras. Duas vezes é chamada vida, e uma vez Reino   de Deus. Como podemos definir o Reino de Deus? Podemos tirar nossa  definição do Pai Nosso. Nesta oração se encontram duas petições, uma  junto à outra. "Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade Assim na  terra como no céu ". Não há um dispositivo literário mais característico  estilo judeu que o paralelismo. No paralelismo se põem lado a lado  duas frases, uma das quais reitera a outra, ou a amplifica ou a explica e desenvolve. Qualquer versículo dos Salmos mostrará o funcionamento  deste dispositivo. Podemos concluir, pois, que na oração dominical uma  petição é uma explicação e amplificação da outra.  Quando tomamos juntas, temos a definição de que: "O Reino dos  céus é uma sociedade sobre a terra na qual a vontade de Deus se faz tão  perfeitamente como no céu." Podemos dizer, pois, muito simplesmente,  que fazer perfeitamente a vontade de Deus é ser cidadão do Reino dos  Céus. E se aplicarmos isto à passagem que estivemos estudando  significará que fazer a vontade de Deus vale qualquer sacrifico e  qualquer disciplina e qualquer negação de si mesmo, que só em fazer a  vontade de Deus há vida verdadeira e paz definitiva e satisfatória. (Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)

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