Livro Lucas (William Barclay) 104 Chegou a noite; o povo, cansado e faminto, estava longe de seus lares. Jesus, surpreendentemente, ordenou a seus discípulos que lhes dessem de comer. Há duas formas de considerar honestamente este milagre. A primeira, é ver nele simplesmente um milagre no qual Jesus criou mantimentos para toda essa multidão. A outra é a dos que acreditam que o que realmente aconteceu foi o seguinte: O povo tinha fome, mas era tremendamente egoísta. Todos tinham algo, mas não estavam dispostos a tirá-lo nem mesmo para si mesmos por medo a ter que compartilhá-lo com outros. Os Doze puseram diante da multidão suas poucas reservas, e no final houve mais que suficiente para todos. De modo que pode ser visto como um milagre que converteu as pessoas egoístas e suspeitas em generosas, um milagre do que acontece quando, movidas por Cristo, as pessoas se sentem dispostas a compartilhar. Antes de distribuir a comida, Jesus a abençoou; deu graças. Um dito judeu dizia: "Aquele que goza de algo sem dar graças é como se o tivesse roubado de Deus." A bênção que se proferia na Palestina em todo lar antes de cada comida era: "Bendito seja, Jeová, nosso Deus, Rei do mundo, que faz o pão surgir da terra." Jesus não comia sem dar graças ao Doador de todas as coisas boas. Esta é uma história que nos diz muitas coisas: (1) Jesus de preocupava com a fome dos pobres. Seria muito interessante calcular quanto tempo Jesus passou, não falando, e sim consolando a dor dos homens e satisfazendo sua fome. Jesus ainda necessita o serviço das mãos dos homens. A mãe que esteve toda sua vida cozinhando para sua família faminta; a enfermeira, o médico, o amigo, o parente, que sacrificaram sua vida e seu tempo para consolar a dor de outros; o reformador social que se consumou procurando melhores condições para os homens e as mulheres – todos pregaram um sermão muito mais efetivo que o homem que fala, embora se trate de um grande orador.Estudando a Bíblia livro por livro.
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