Livro Marcos (William Barclay) 88 Uma das lendas sobre
Lúcifer conta que uma vez um sacerdote notou que em sua congregação havia um
jovem muito formoso. Depois do culto, o jovem ficou para confessar-se.
Confessou tantos pecados e tão terríveis que o sacerdote ficou com os cabelos
de pé. "Deve ter vivido muitos anos para fazer todas essas coisas",
disse o sacerdote. "Meu nome é Lúcifer e caí do céu no princípio do
tempo", respondeu o jovem. "Mesmo assim", prosseguiu o
sacerdote, "diga que sente muito, que está arrependido e até você pode ser
perdoado". O jovem olhou ao sacerdote durante um momento, e logo deu
meia-volta e se afastou. Não queria e não podia dizê-lo; e portanto, tinha que
continuar desolado e condenado. Há uma só condição para ser perdoado: o
arrependimento. Mas se alguém, por seus contínuos rechaços da direção de Deus,
perdeu a capacidade de reconhecer a bondade quando a tem diante de seus olhos,
se seus valores morais foram mudados até o ponto de o mal parecer-lhe como bem
e o bem como mal, então, inclusive quando se confronta com Jesus, não é
consciente de pecado. Não pode arrepender-se, e, portanto, nunca pode ser
perdoado. Esse é o pecado contra o Espírito Santo. Enquanto o homem vê o
encanto de Cristo, enquanto odeia seu pecado embora não o possa abandonar,
mesmo que esteja no fundo do poço, pode ser perdoado. Só quando chegou a um
estado tal que a visão de Cristo não significa nada para ele, aparta-se para
sempre do amor de Deus porque nesse caso, até a mesma Encarnação foi incapaz de
comover seu coração. AS CONDIÇÕES DO PARENTESCO Marcos 3:31-35 Aqui Jesus
estabelece as condições do verdadeiro parentesco. Não se trata só de uma
questão de carne e sangue. Pode acontecer que uma pessoa se sinta mais perto de
alguém que não é um parente carnal do que daqueles com quem está unido pelos
laços mais íntimos de sangue e parentesco. No que consiste este parentesco
autêntico? (1) O verdadeiro parentesco reside em uma experiência comum. Em
especial quando se trata de uma experiência na qual duas pessoas passaram
juntas por determinadas situações. Tem-se dito que duas pessoas se tornam
amigas, em realidade, quando podem perguntar-se, "Você se lembra?" e
logo passam a conversar sobre as coisas que viveram juntas Alguém se encontrou
uma vez com uma anciã negra. Uma conhecida sua havia falecido. "Você terá
saudade", disse-lhe, "pela morte da senhora Tal?" "Sim",
respondeu, mas sem dar amostras de muito pesar. "Eu vi vocês na semana
passada", continuou o interlocutor, "rindo e conversando juntas.
Devem ter sido grandes amigas". "Sim", disse a anciã, "eu
era amiga dela. Estávamos acostumadas a rir juntas; mas para ser verdadeiros
amigos temos que chorar juntos". É uma verdade muito profunda. A base do
autêntico parentesco radica em uma experiência comum e a experiência comum dos
cristãos é o ser pecadores perdoados. (Estudando a Bíblia livro por livro que
Deus abençoe a todos)
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