Livro Lucas (William Barclay) 40 Antes de considerar a história em detalhe devemos ter em conta dois pontos gerais. (1) É a mais sagrada de todas as histórias, porque não pode proceder de outra fonte senão dos próprios lábios de Jesus. Em algum momento deve ter relatado a seus discípulos a experiência mais íntima de sua alma. (2) Já nesse então Jesus deve ter tido consciência de que era dono de poderes excepcionais. A base das tentações é que só poderiam ter sido apresentadas a um homem que pudesse fazer coisas maravilhosas. Para nós não seria uma tentação converter as pedras em pão ou saltar do pináculo do templo, já que se trata de impossíveis. São tentações que só podem apresentar-se a um homem dotado de poderes únicos e que tinha que decidir o que fazer com eles. Em primeiro lugar pensemos na cena. Ocorreu no deserto. A zona desabitada da Judéia ocupava a meseta central que era o espinho dorsal da parte sul da Palestina. Entre esta zona e o Mar Morto havia um deserto terrível, de cinqüenta quilômetros por vinte e cinco. Era chamado "Jeshimmon", que significa "A devastação". As colinas eram como acumulações de pó; a pedra calcária parecia amolada e descascada; as rochas nuas e trincadas; o solo parecia oco sob os cascos dos cavalos; brilhava com o calor como uma grande fornalha e terminava em precipícios de quatrocentos metros de altura, que se precipitavam ao redor do Mar Morto. Nesta aterradora desolação Jesus foi tentado. Não devemos pensar que as três tentações apareceram como as cenas de um drama. Devemos pensar que Jesus se retirou deliberadamente a este lugar solitário e lutou por quarenta dias com o problema de como ganhar os homens. Fui uma longa batalha que só finalizou na cruz, já que a história termina dizendo que o diabo o deixou por algum tempo. (1) A primeira tentação consistiu em converter as pedras em pão. Este deserto não era arenoso. Estava coberto de pequenas partes de pedra calcária exatamente como pães. O diabo disse ao Jesus: "Se quiseres que o povo te siga, utiliza teus poderes maravilhosos para dar-lhes bens materiais". Estava-lhe sugerindo que devia subornar as pessoas com presentes materiais para que o seguissem. A resposta de Jesus é uma citação de Deuteronômio 8:3. "Não só de pão viverá o homem." A tarefa do cristianismo não é a de produzir novas condições, apesar de que o peso e a voz da igreja devem estar apoiando todos os esforços para melhorar a vida dos homens. A tarefa real é a de produzir novas criaturas; feitas as novas criaturas, se seguirão as novas condições.(Estudando a Biblia livro por livro que Deus abençoe sempre sua vida e familia)
 
 
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