Livro Mateus (Comentário Bíblico
Moody) 2 INTRODUÇÃO O autor. Abundante
testemunho histórico atribui este Evangelho a Mateus, o publicano, também
chamado Levi por Marcos e Lucas. Dúvidas recentes quanto à autoria de Matem são
o produto de hipóteses levantadas para explicação do Problema Sinótico. Mas
essas hipóteses não podem alterar o testemunho da igreja primitiva, cujos
escritores citaram este Evangelho com mais frequência do que qualquer outro.
Considerando que Mateus não era particularmente destacado entre os Doze, e não
havendo uma tendência especial para se exigir autoria apostólica dos Sinóticos
(isto é, Marcos e Lucas), não existe nenhuma razão a priori para se lhe
conferir a autoria do Evangelho se ele realmente não tivesse escrito. Na
qualidade de ex-cobrador de impostos, Mateus estava bem qualificado para
produzir tal evangelho. Seu conhecimento comercial de taquigrafia capacitou-o a
registrar totalmente os discursos de Jesus. Sua familiaridade com os números
reflete-se na sua frequente menção de dinheiro, seu interesse em grandes
quantias (Mateus. 18:24; 25:15), e a sua preocupação com estatísticas em geral
(1:17 por exemplo). Redação e Data. A grande frequência de citações e alusões
feitas a Mateus encontradas na Didaquê e nas Epístolas de Barnabé, Inácio,
Justino Mártir e em outros escritos prova sua antiguidade e seu uso muito difundido.
As conexões literárias deste Evangelho devem ser consideradas no que se
relacionam aos outros Sinóticos, e também à luz da declaração de Papias que
"Mateus escreveu as palavras no dialeto hebreu, e cada um interpretou como
pôde" (Eusébio, História Eclesiástica 3.39). Muitos explicaram a
declaração de Papias, dizendo que se referia a uma forma original do aramaico
do qual se traduziu o nosso Evangelho Grego. Mas o nosso texto grego não tem as
marcas de uma tradução, e a ausência de qualquer traço de um original aramaico
lança pesadas dúvidas sobre tal hipótese. Goodspeed argumenta detalhadamente
que seria contrário à prática grega dar a uma tradução grega o nome do autor do
original aramaico, pois os gregos apenas se preocupavam com aquele que passava
a obra para o grego. Como exemplos ele cita o Evangelho de Marcos (ele não foi
chamado de Evangelho de Pedro) e o Velho Testamento Grego, que fui denominado
Septuaginta (Os Setenta) segundo seus tradutores, não segundo seus autores
hebreus (E. J. Goodspeed, Matthew. Apostle and Evangelist, pág. 105, 106).
Assim, entende-se, segundo Papias, que Mateus registrou (taquigraficamente?) os
discursos de Jesus em aramaico, e mais tarde recorreu às anotações quando
redigiu seu Evangelho Grego. Ainda que seja certamente possível que Marcos
fosse escrito primeiro, e que estivesse à disposição de Mateus, não houve
nenhum uso servil desse Evangelho mais curto por parte de Mateus, e muitos têm
argumentado pela completa independência desses dois livros. (Estudando a Bíblia
livro por livro que Deus abençoe a todos)