Livro Ezequiel (Comentário Bíblico Moody) 71 Contudo, o povo escorregava para o desespero e
o fatalismo. Se estavam sendo punidos pelos crimes de Manassés (II Reis 24:3,
4) e pelos pecados de seus pais, por que deveriam lutar? Que chance tem um
indivíduo diante do destino herdado do passado? Por que alguém tentaria ser
piedoso em um mundo tão injusto? (Cons. o hedonismo descrito em Isaias. 22:12,
13). Há alguma alternativa para o desespero desolador do homem? (Ezequiel.
33:10). Ezequiel tinha anteriormente trovejado a condenação total do povo
(cons. caps. 16; 20; 23). Contudo Deus permitiu que tições fossem arrancados da
fogueira. Os justos foram excluídos dos ímpios por meio de um sinal (4:4).
Diante do juízo iminente, salvariam as suas próprias vidas, mas não as de
outros (14:14, 16, 18, 20), contudo, o arrependimento seria possível (14:6,
11). Os conceitos da solidariedade social e da responsabilidade de grupo eram
coisas antigas em Israel. A homília ou ensaio de Ezequiel no capítulo 18
implica na operação da seqüência natural da causa e efeito no meio das
circunstâncias da vida humana. Deus não considera um homem responsável pelas
circunstâncias nas quais nasceu, mas apenas pelo uso que fizer delas
subseqüentemente. Portanto, um homem é livre para renunciar o seu passado,
tanto para o bem como para o mal. Exatamente como um escritor pode mudar o
curso de uma narrativa acrescentando novo material aos capítulos anteriormente
escritos em um livro, assim, apesar do passado melancólico, o presente pode se
tornar em uma oportunidade de total transformação e pode produzir um futuro
triunfante. O perdão não apaga o passado, mas relaciona-o de maneira nova com
Deus, de modo que podemos transformá-lo de maldição em uma fonte de bênçãos
(cons. Allen, IB, págs,157-161). Nosso profeta deseja vindicar a justiça divina
e assim fazendo atribui novos valores ao indivíduo manipulado pelas mãos de
Deus. Deus trata com os homens na qualidade de indivíduos, diz o profeta.
"Todas as almas são minhas" (18:4). "Não tenho prazer na morte
de ninguém" (v.32). Considerando que toda a alma está imediatamente
relacionada com Deus, seu destino depende desse relacionamento. "A alma que
pecar, essa morrerá" (v. 4). "Portanto convertei-vos e vivei"
(v. 32). Cons. 3:16-21; 33:10-20. ( Que a paz do Mestre Jesus esteja sobre sua
vida e família que Deus abençoe a todos)