
Livro Marcos (William Barclay) 310 Naqueles dias era certo que alguém tinha que amar a Cristo mais que a pai ou mãe ou filho ou filha. Mas o assunto se complicava pelo fato de que os cristãos eram muito caluniados. E não cabe dúvida de que os judeus faziam muito para fomentar essas calúnias. A calúnia mais séria era a acusação de canibalismo, uma acusação que se apoiava nas palavras do sacramento que tinham que comer a carne de Cristo e beber seu sangue. Nisto, como em outras coisas, quem persevera até o fim é o que é salvo. A vida não é um breve salto. É uma carreira de maratona. Não é um só combate. É uma longa campanha. O Dr. G. J. Jeffrey conta de um homem famoso que não permitiu que se escrevesse sua biografia nos dias de sua celebridade, enquanto estava ainda vivo. "Vi cair a muitos no último lance da carreira", dizia. A vida nunca está segura até que chega ao final do caminho. Bunyan viu que da mesma porta do céu saía um caminho ao inferno. Quem perseverar até o fim, este será salvo. OS PERIGOS DOS ÚLTIMOS DIAS Marcos 13:3-6, 21-23 Jesus estava bem consciente de que, antes de vir o fim, se levantariam hereges e tergiversadores da verdade. Não passou muito tempo antes, que a Igreja tivesse seus hereges. Três são as causas principais da heresia. (1) O desejo de construir uma doutrina a gosto do próprio povo. A mente humana tem uma capacidade infinita para tecer fantasias. Em uma famosa sentença, o salmista disse: "Disse o néscio em seu coração, 'Não há Deus'." Agora, o néscio a que se referia o salmista não o era no sentido de que carecesse de inteligência. Era um néscio moral. Alguém que, como dizemos, estava-se fazendo néscio. Sua declaração de que não há Deus se devia a que não queria que o houvesse. Se havia Deus, pior para ele. Portanto, eliminava a Deus de sua doutrina e de seu universo. Uma classe particular de heresia sempre esteve conosco. É a heresia do antinomianismo. O antinomiano começa com o princípio de que a Lei foi abolida: e em um sentido tem razão. Segue dizendo que não há mais que a graça, e outra vez, em um sentido tem razão. Logo passa a argumentar como nos mostra Paulo em Romanos 6 – mais ou menos assim: "É verdade que a graça de Deus é tão ampla que cobre todo pecado?" "Assim é". "É verdade que a graça de Deus pode perdoar qualquer pecado?" "Sim". "É verdade que a graça de Deus é o maior e maravilhoso em todo o universo?" "Com efeito". "Então", conclui o antinomiano, "continuemos pecando como nos impulsionem nossos corações, porque quanto mais pequemos, mais oportunidades daremos à maravilhosa graça de Deus para operar. O pecado é coisa boa, porque ele dá ocasião da graça operar. Façamos, pois, o que temos vontade".(Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)