Livro Marcos (William Barclay) 34 (4) Por último, devemos notar o que Jesus lhes
ofereceu. Ofereceu-lhes uma tarefa. Não os convocou ao ócio e ao descanso, e
sim ao serviço. Tem-se dito que o que todo homem precisa é de "algo no que
possa investir sua vida". De maneira que Jesus convocou àqueles homens não
a uma comodidade sem sobressaltos nem a uma letárgica inatividade, a não ser a
uma tarefa na qual teriam que queimar-se e gastar-se, e, finalmente, morrer,
pelo Jesus Cristo e por seus semelhantes. Chamou-os uma tarefa na qual só
poderiam conseguir algo para si mesmos entregando-se integralmente a Ele e aos
demais. JESUS COMEÇA SUA CAMPANHA Marcos 1:21-22 O relato de Marcos se
desenvolve em uma série de passos lógicos e naturais. Jesus reconheceu no
surgimento de João Batista o chamado de Deus à ação. Foi batizado e recebeu o
selo da aprovação divina e foi equipado para sua missão. Foi posto a prova pelo
diabo, e escolheu o método que usaria e o caminho que teria que tomar. Escolheu
a seus homens para estar rodeado de um grupo de almas as gemas em cujos
corações pudesse escrever sua mensagem. E agora Jesus deve lançar
deliberadamente sua campanha. Se alguém tiver uma mensagem para transmitir em
nome de Deus o lugar natural aonde irá é a Igreja, onde se reúnem o povo de
Deus. Isso, precisamente, é o que Jesus fez. Começou sua campanha na sinagoga.
Há certas diferenças básicas entre a sinagoga e a Igreja tal como hoje a
conhecemos. (a) A sinagoga era primordialmente uma instituição de ensino. O
culto serviço ou que se celebrava na sinagoga consistia somente em três coisas:
oração, leitura da palavra de Deus e sua exposição ou explicação. Não havia nem
música, nem cantos, nem sacrifícios. pode-se dizer que o templo era o lugar da
adoração e do sacrifício; a sinagoga, por outro lado, era o lugar do ensino e
da instrução. A sinagoga era muito mais influente, porque havia um só templo: o
templo de Jerusalém. Mas se tinha estabelecido que onde houvesse dez famílias
judias devia organizar uma sinagoga e, portanto, em qualquer lugar houvesse uma
colônia judia havia uma sinagoga. Se alguém tinha uma nova mensagem que pregar,
o lugar natural onde fazê-lo era a sinagoga. (b) Por outro lado, a sinagoga
oferecia, além disso, a oportunidade para comunicar tal mensagem. A sinagoga
estava presidida por certos membros diretores. Havia o Presidente da Sinagoga.
Ele era o responsável pela administração dos assuntos da sinagoga e o que devia
encarregar-se dos acertos para seus serviços. Havia também os distribuidores de
esmolas. Diariamente se recolhia uma oferenda em dinheiro e em espécie entre os
que tinham suficiente para poder ofertar. Uma vez recolhida esta oferta, era
distribuída entre os pobres. Aos mais pobres eram entregues mantimentos
suficientes como para quatorze refeições por semana. E também havia o Chazzan.
Ele era o responsável pelos rolos sagrados em que estavam copiadas as
Escrituras, e se encarregava de tirá-los de seu cofre ao começar cada serviço e
voltá-los a guardar uma vez que terminava o serviço. Também era responsável
pela limpeza da sinagoga, de tocar a trombeta de prata que anunciava a todos a
chegada do shabbat ou dia de repouso e de importar educação primária aos
meninos da comunidade. Mas o que a sinagoga não tinha era um pregador ou professor
religioso permanente. (Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a
todos)
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