Livro Marcos (William Barclay) 37 (2) A tarefa dos escribas
era, além disso, transmitir e ensinar essa Lei e seus desenvolvimentos. As
regras menores, deduzidas e extraídas das principais normas generais da Lei
jamais foram postas por escrito; eram conhecidas como a Lei Oral. Mas embora
nunca foram consignadas por escrito, eram consideradas mais obrigatórias ainda
que a Lei escrita. Durante gerações e gerações de escribas foi ensinado e
conservado na memória. O bom estudante – dizia um provérbio – devia ter uma
memória "como uma cisterna bem revestida de argila, que não perca nem uma
só gota d’água que se guarda nela". Os escribas eram homens que se
enredavam eles mesmos e a outros em um labirinto de regras e preceitos. A
religião chegou a ser nada mais que uma simples obediência de regras. (3) Por
último, era também dever dos escribas julgar em casos individuais; e pela
natureza das coisas, virtualmente cada caso individual deve ter originado uma
nova lei. No que diferia tanto o ensino de Jesus do ensino dos escribas? Jesus
ensinava com autoridade pessoal. Nenhum escriba se atrevia a pronunciar um
veredito pessoal. Sempre começava dizendo: "Há um ensino que diz..."
e se considerava obrigado a citar as autoridades nas quais se baseava. Se
afirmava algo fundamentava-o citando a Fulano, Beltrano e Zutano, grandes
professores da antiguidade. O último que tivesse podido esperar-se de um
escriba era um julgamento independente. Quão diferente era Jesus! Quando Jesus
falava, o fazia como se não fosse necessário apoiar-se em autoridade alguma,
como se a seu fosse mais que suficiente. Falava com uma independência total.
Não citava professores nem mencionava expertos. Falava com a autoridade da voz
de Deus. Para o público era como uma brisa celestial ouvir alguém que falava
assim. A indisputável certeza com que Jesus falava era uma perfeita antítese do
modo de ensinar dos escribas, com suas inumeráveis e cansativas referências e
citações. Ressoava a nota da autoridade pessoal, e é esta autoridade que é
capaz de captar a atenção de qualquer ser humano. A PRIMEIRA VITÓRIA SOBRE OS
PODERES DO MAL Marcos 1:23-28 Se as palavras de Jesus tinham maravilhado aos
que estavam na sinagoga, suas ações os deixavam atônitos e estupefatos. Na
sinagoga havia um homem possesso por um espírito imundo. O homem produziu um
alvoroço, e Jesus o curou. Em todo o evangelho encontraremos a estes homens que
eram possuídos por espíritos imundos, demônios ou diabos. O que há por trás
disso? Os judeus, e por certo toda a antiguidade clássica, acreditavam
firmemente na existência e atividade de demônios ou espíritos maléficos. Como
diz Harnack, "todo mundo e sua atmosfera circundante estava cheio de
demônios. Não somente a idolatria, e sim cada aspecto e forma da vida estavam
governados por tal gênero de espíritos. sentavam-se em tronos e rondavam ao
redor dos berços. A Terra era literalmente um inferno.”. (Estudando a Bíblia
livro por livro que Deus abençoe a todos)
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