18 de fevereiro de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO

 


Livro Marcos (William Barclay) 146  (1) Diziam: "Não é este o carpinteiro?" A palavra traduzida carpinteiro é tekton. Tekton significa o que trabalha em madeira, mas mais que um simples operário. Significa um artesão. Homero chama tekton ao que construía navios e casas e templos. Na antiguidade, e em muitos lugares ainda hoje, pode-se achar em povoados e aldeias um artesão capaz de construir algo, de um galinheiro a uma casa; o tipo de homem que pode levantar uma parede, arrumar um teto, reparar uma porta, o artesão, o homem de mil ofícios, que com poucas ferramentas ou sem nenhuma pode pôr mão em qualquer trabalho. Um homem assim era Jesus. Mas a questão é que os vizinhos de Nazaré o desprezavam porque era um trabalhador. Era um homem do povo, um leigo, um homem simples, e, portanto, o menosprezavam. O povo do Nazaré desprezou a Jesus por ser um trabalhador. Para nós, essa é sua glória, porque significa que Deus, quando veio à Terra, não reclamou exceções. Tomou sobre si esta vida comum com todas as suas tarefas comuns. Os acidentes do nascimento e a fortuna e a estirpe não têm nada que ver com a condição de homem. Devemos nos cuidar sempre da tentação de valorizar as pessoas pelo externo e incidental, e não por seu valor intrínseco. (2) Diziam: "Não é este o filho da Maria? Não conhecemos seus irmãos e suas irmãs?" O fato de que chamassem a Jesus filho da Maria nos diz que José devia ter morrido. Temos, portanto, aqui a chave de um dos enigmas de vida de Jesus. Quando Jesus morreu tinha só trinta e três anos, mas não abandonou Nazaré até os trinta (Lucas 3:23). Por que tão longa demora? Por que permanecer em Nazaré, havendo um mundo que esperava ser salvado? A razão era que José tinha morrido jovem e Jesus tinha assumido o sustento de sua mãe e seus irmãos; e só quando eles estavam suficientemente grandes para defender-se sozinhos, Ele saiu. Foi fiel no pouco, e, portanto, no fim Deus lhe deu muito que fazer. Mas os vizinhos de Nazaré o menosprezavam porque conheciam sua família. Thomas Campbell foi um renomado poeta. Seu pai não tinha o mais mínimo sentido poético. Quando apareceu o primeiro livro de seu filho, com o nome impresso de Thomas, ele enviou um exemplar a seu pai. O ancião tomou e ficou olhando. Realmente olhava a encadernação e não o conteúdo. "Quem tivesse pensado", disse assombrado, "que nosso Tom pudesse fazer um livro como este!" Às vezes a familiaridade que deveria gerar um crescente respeito, dá lugar precisamente ao contrário. Às vezes estamos muito perto das pessoas para ver sua grandeza. O resultado de tudo isto foi que Jesus não pôde fazer "obra de poder" em Nazaré. A atmosfera era má, e algumas coisas não se podem fazer quando a atmosfera não é a que corresponde. (1) Ainda é certo que ninguém pode ser curado se recusa deixar-se curar. Margot Asquith fala da morte do Neville Chamberlain. Todos sabem que a política internacional de Chamberlain teve um resultado que lhe destroçou o coração. Margot Asquith entrevistou a seu médico, Lorde Horder. "Você não pode ser um grande médico", disse-lhe, "pois Neville Chamberlain era só uns anos maior que Winston Churchill, e eu diria o que era um homem forte. "Você o apreciava?" "Eu o apreciava muito. Aprecio a todas as pessoas retraídas. Vi muitas das outras", respondeu Lorde Horder. "Chamberlain padecia de retração. Não queria viver; e quando um homem diz isso, nenhum médico pode salvá-lo". Chamemo-lo fé, chamemo-lo vontade de viver; mas o certo é que sem isso ninguém pode viver. (Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)

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