2 de maio de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO

 


 Livro Marcos (William Barclay)  254 (c) Não obstante, uma vez que se há dito tudo o que se pode afirmar  contra João e Tiago, encontramos que o relato nos diz algo muito  radiante sobre eles: podiam estar surpreendidos mas continuavam crendo  em Jesus. É assombroso que estes dois homens até pudessem relacionar  a glória com um carpinteiro da Galileia que tinha provocado a inimizade  e a oposição mais amarga dos líderes religiosos ortodoxos da época e  que aparentemente se encaminhava indubitavelmente para a cruz. Aqui  percebemos uma confiança e uma lealdade tremendas. João e Tiago  podiam estar confundidos mas há um fato inegável; tinham o coração  bem posto. Jamais duvidaram da vitória final de Jesus.  (3) Diz-nos algo sobre o conceito de grandeza que Jesus sustentava.  Diz-lhes: "Podem beber do copo que eu bebo, ou ser batizados com o  batismo com que eu sou batizado?"   Aqui Jesus emprega duas metáforas judaicas. Nos banquetes reais,  o rei costumava oferecer sua taça aos convidados. O copo se convertia,  então, em uma metáfora para referir-se à vida e a experiência que Deus  oferecia aos homens. “O meu cálice transborda”, disse o salmista (Salmo  23:5), ao referir-se à vida e a experiência de felicidade que Deus lhe  tinha dado. “Na mão do SENHOR há um cálice”, disse o salmista  (Salmo 75:8) quando pensava no destino que esperava os maus e os  desobedientes. Quando Habacuque pensa nas calamidades que tinham  descido sobre o povo do Israel, diz que beberam “o cálice da mão direita  do SENHOR” (Hab 2:16). De maneira que a taça ou o copo se refere à  experiência que Deus destina aos homens.   A outra frase que Jesus emprega resulta confusa na tradução literal.  Fala do batismo com que foi batizado. A palavra grega baptizein  significa inundar. O particípio passado (bebaptismenos) significa  submerso e em geral o emprega para significar que alguém está  submerso em uma experiência. Diz-se que uma pessoa muito perdulária  está inundada em dívidas, por exemplo. Diz-se que um bêbado está  submerso na bebida. Uma pessoa afligida por alguma dor está inundada  no sofrimento. Um jovem que se confronta um examinador está   submerso em perguntas. Em geral, emprega-se a palavra para referir-se a  uma barco que naufragou e está inundada sob as ondas. Esta metáfora  está muito ligada a outra que o salmista emprega com frequência. No  Salmo 42:7, lemos: “Todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim”  No Salmo 124:4 lemos: “As águas nos teriam submergido, e sobre a  nossa alma teria passado a torrente”. No sentido em que Jesus a emprega  aqui, a expressão não tem nada que ver com o batismo em seu sentido  técnico. O que diz é o seguinte: "Podem suportar a experiência terrível  que devo suportar eu? Podem tolerar inundá-los no ódio, na dor e na  morte como devo fazê-lo eu?" Estava dizendo a estes dois discípulos que  não pode haver coroa sem cruz. No Reino, a ideia de grandeza é a ideia  da cruz.  É certo que em tempos posteriores estes dois discípulos viveram a  experiência de seu Mestre. Herodes Agripa decapitou Tiago (Atos 22:2)  e, embora não é provável que João tenha sofrido o martírio, sofreu muito  por Cristo. Aceitaram o desafio do Mestre, embora o tenham feito às  cegas. (Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)

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