
Jó (Comentário Bíblico Moody) 30 2b. Acaso tem razão o tagarela? As costumeiras cortesias
introdutórias, inteiramente dispensadas por Bildade, são agora aviadas
por Zofar com tanta pressa e falta de gosto que a acusação funde-se com
a apologia.
5. Falasse Deus e abrisse os seus lábios contra ti. Jó parece
irreprimível na controvérsia com seus companheiros; mas se ele tivesse a
liberdade de conseguir a coisa que ele mais almeja, um debate franco
com Deus (cons. 9:35), seria silenciado.
6b. Sabe, portanto, que Deus permite seja esquecida parte da
tua iniqüidade. Mais literalmente, Deus é a causa do esquecimento de
parte da tua iniqüidade. No seu zelo de contradizer a lamentação de Jó
de que Deus esquadrinha e sem misericórdia destaca cada pecado seu
(cons. 10:6,14), afligindo-o desproporcionalmente às suas iniqüidades,
Zofar aventura-se a modificar a teoria dos outros dois amigos que é a da
proporção direta – mas na direção oposta de Jó! Eis aqui o clímax da condenação no primeiro ciclo. Jó 11:6 é de vital importância; conclui a
acusação mas também introduz a sabedoria insondável de Deus (cons.
5:9).
7. Porventura ... penetrarás até à perfeição do Todo-poderoso.
Através de sua sabedoria infinita Deus compreende e controla a criação
em sua altura, profundidade, comprimento e largura (vs. 8,9).
10b. Quem o poderá impedir? Se Deus quer levar um homem a
juízo, o homem não pode escapar. Zofar assim apóia a conclusão à que
Jó já chegara devido à absoluta sabedoria de Deus, isto é, de que resistir
a Ele é futilidade (cons. 9:12; 10:7b). Mas enquanto Jó já tinha apelado à
onisciência divina vindicando sua inocência (10:7a), Zofar fá-lo para
convencer Jó do pecado: (Ele) vê a iniqüidade (v. 11b). Tendo
condenado Jó abertamente, e sendo ele mesmo ignorante de qualquer
evidência direta para consubstanciar sua acusação, Zofar acha
conveniente suplementar sua própria ignorância com a onisciência do
Todo-poderoso. Ele teria feito melhor uso de sua excelente doutrina da
incompreensibilidade de Deus, entretanto, se tivesse humildemente
reconhecido as limitações de seu próprio conhecimento da providência
divina e não tivesse a presunção de entender os sofrimentos de Jó até a
perfeição. Esta verdade da sabedoria inescrutável de Deus, embora
tristemente manipulada por Zofar, é a doutrina que deveria ter aquietado
o espírito de Jó e silenciado suas queixas. Levando-a em conta com mais
seriedade, Jó e também os seus amigos teriam reconhecido que os seus
sofrimentos eram compatíveis com a piedade exemplar de um lado e o
favor divino do outro. É especialmente pela proclamação de sua
incompreensibilidade que o próprio Senhor mais tarde liberta Jó àe suas
tentações. Assim o autor do livro emprega novamente uma velada
antecipação. Em 11:12 ele usa outro artifício, favorito, concluindo um
argumento com um provérbio. Ele cita a asnice dos homens estúpidos
como um realce para a sabedoria divina que é infinita.(Que a paz Salvadora do Mestre Jesus esteja sobre sua vida e família)).Que Deus abençoe a todos.)