
Livro
Marcos (William Barclay) 45 A
pessoa que as pessoas apreciam é a que faz melhor as coisas. Jesus podia e pode
ainda hoje produzir resultados. Mas aqui também encontramos sinais do princípio
da tragédia. Acudiam multidões, mas acudiam porque queriam algo. Não acudiam
porque amassem a Jesus, nem porque tivessem percebido o resplendor de uma nova
realidade; em última análise o que queriam era servir-se dEle. Isso é o que
quase todos querem fazer com Deus e com o Filho de Deus. Por uma oração elevada
a Deus em momentos de prosperidade, oferecem-lhe dez mil em tempo de
adversidade. Muitos que jamais pensaram em orar quando o Sol brilhava sobre
suas vidas, começam a fazê-lo quando sopra o tufão. Alguém há dito que para
muitos a religião forma parte do "serviço de ambulâncias" e não da
"primeira linha de combate". A religião, segundo eles, é para os
momentos de crise. Somente quando têm feito de suas vidas um enredo, ou quando
recebem um golpe muito forte, lembram-se de Deus. É uma verdade permanente que
todos devemos acudir ao Jesus porque somente O pode nos dar as coisas que nos
fazem falta para viver como se deve. Mas se essa aproximação e os dons que
recebemos do não produzem em nós gratidão e amor, há algo tragicamente
equivocado. Deus não é alguém a quem podemos usar nos dias de infortúnio; é
alguém a quem devemos ter presente cada um dos dias de nossa vida. A HORA DE
PAZ E O DESAFIO DA AÇÃO Marcos 1:35-39 Basta ler o relato das coisas que
aconteceram em Cafarnaum para ver que Jesus nunca podia ficar sozinho. Ele
sabia, entretanto, que não podia viver sem Deus; que ia estar todo o tempo
dando; de vez em quando, pelo menos, tinha que receber; que se ia gastar sua
vida no serviço de outros; devia uma e outra vez chamar em sua ajuda todos os
reforços espirituais de que pudesse dispor. Isto equivale a dizer que Jesus
sabia que não podia viver sem a oração. Em um pequeno livro titulado A prática
da oração, o doutor A. D. Belden tem algumas magníficas definições da oração:
"A oração pode definir-se como a apelação da alma a Deus." Não orar é
ser culpado da incrível insensatez de ignorar "a possibilidade de somar a
Deus a nossos recursos". "Na oração damos uma oportunidade à perfeita
mente de Deus para que alimente nossos próprios poderes espirituais."
Jesus sabia tudo isto. Sabia que se fosse sair ao encontro dos homens precisava
antes encontrar-se com Deus. E se a oração era necessária para Jesus, quanto
mais não o será para nós? Mas até em sua hora de paz e comunhão com Deus vieram
a buscá-lo. Não havia maneira de que Jesus pudesse lhes fechar a porta. (Estudando
Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)
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