Livro
Marcos (William Barclay) 42 Devia-se atar uma faca de ferro, mediante uma mecha
de cabelos, a um espinheiro. O primeiro dia se recitava nesse lugar Êxodo
3:2-3, o segundo dia Êxodo 3:4 e o terceiro dia Êxodo 3:5. Logo se pronunciava
certa fórmula mágica e desse modo se supunha que se conseguia uma cura total.
Jesus não tomou em conta o aparato da magia popular e com um gesto e uma
palavra de incomparável autoridade e poder curou à doente. A palavra que
significa "autoridade" na passagem anterior em grego é exousía; e
exousía significa um conhecimento excepcional junto com um poder excepcional.
Isso era, precisamente, o que Jesus possuía e o que esteve disposto a usar
nesse humilde lar. Paul Tournier, um médico cristão, escreve: "Meus
pacientes muito freqüentemente me dizem: 'Admiro a paciência com que você
escuta tudo o que lhe digo.' Não se trata de paciência, mas sim de autêntico
interesse." Para Jesus um milagre não era uma maneira de aumentar seu
prestígio; ajudar aos doentes não era para ele uma tarefa desagradável e
trabalhosa; ajudava instintivamente, porque estava interessado de maneira
suprema em todos os que necessitavam sua ajuda. (2) Diz-nos algo a respeito dos
discípulos. Eles não tinham conhecido a Jesus durante muito tempo, mas até
nesse breve lapso já se acostumaram a pôr diante do Mestre todos os seus
problemas. A sogra do Pedro estava doente; o lar singelo estava transtornado;
para os discípulos já tinha chegado a ser a coisa mais natural do mundo levar
ao Jesus o problema. Paul Tournier nos diz como chegou a descobrir uma das
coisas mais importantes de sua vida. Acostumava a visitar um ancião pastor que
nunca o deixava ir-se orar com ele. Surpreendia-o a extrema simplicidade de
suas orações. Parecia que não se tratasse mas sim da continuação de uma
conversação familiar entre o piedoso ancião e Jesus. "Quando voltava para
casa", continua Tournier, "comentava com minha esposa e juntos
pedíamos a Deus que nos desse essa mesma familiaridade com o Jesus que possuía
o ancião. Após o Jesus foi o centro de minha devoção e meu companheiro de
viagem permanente. Ao interessa o que eu faço (cf. Eclesiastes 9:7) e se
preocupa pessoalmente por mim. É um amigo com quem posso conversar sobre tudo o
que me acontece. Compartilha comigo meu gozo e minha dor, minhas esperanças e
meus temores. Está comigo quando um paciente me abre seu coração e ele o escuta
comigo, e muito melhor do que eu posso fazelo. E quando o paciente se foi posso
falar com o Jesus sobre isso." Nisto radica a essência mesma da vida
cristã. Como diz o hino: "Leva-o a Deus em oração..." De maneira que
muito em breve em seu discipulado os primeiros cristãos se acostumaram ao que
seria depois o hábito de toda sua vida: levar ao Jesus todos seus problemas e
lhe pedir ajuda.(Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)
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