19 de janeiro de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO

 


Livro Marcos (William Barclay) 101 Esta versão grega não diz que o propósito de Deus fora que esse povo fosse tão torpe que não pudesse entender. Diz que se entorpeceram a si mesmos de maneira tal que não podiam entender, coisa esta que é muito distinta. A explicação é que ninguém pode traduzir ou expressar com palavras um tom de voz. Quando Isaías falou ele o fez, em parte, com um tom irônico e em parte, com desespero, mas cheio de amor. Pensava o seguinte: "Deus me enviou para trazer a verdade a este povo e pelo resultado que obtenho, bem poderia ter sido enviado para fechar suas mentes. Poderia falar com uma parede, seria o mesmo. Dir-se-ia que Deus fechou suas mentes à verdade." Jesus pronunciava suas parábolas com a intenção de que penetrassem na mente dos homens e os iluminassem com a verdade de Deus. Mas via uma profunda incompreensão nos olhos de muitos. Via muita gente cegada pelo prejuízo, ensurdecida por seus próprios desejos, muito lentos para pensar. Voltou-se para seus discípulos e lhes perguntou: "Recordam o que Isaías disse uma vez? Disse que quando foi a Israel, o povo de Deus, com sua mensagem, estava tão pouco disposto a entender que se podia pensar que Deus tinha fechado suas mentes em lugar de abrir-lhe Isso é o que eu sinto hoje." Quando Jesus disse isto não o fez com raiva, irritação, amargura ou exasperação. Disse-o com o desejo do amor frustrado, com a aguda dor de alguém que trazia um grandioso dom que os homens não recebiam por sua cegueira. Se lermos esta passagem sem imaginar um tom de amarga exasperação, o tom do amor entristecido, nos parecerá muito distinto. Não nos falará de um Deus que cegava deliberadamente os homens e lhes ocultava sua verdade, mas sim de homens tão incompreensivos que parecia quase inútil que o mesmo Deus tratasse de penetrar a cortina de aço de sua incompreensão. Não permita Deus que escutemos sua verdade dessa maneira! A COLHEITA ESTÁ GARANTIDA Marcos 4:13-20 Para aqueles que ouviam a Jesus, cada detalhe desta parábola era algo real porque provinha da vida cotidiana. Mencionam-se quatro tipos de solos. (1) O solo duro à margem do caminho. A semente podia cair de duas maneiras neste tipo de terreno. Os campos da Palestina estavam dispostos em fatias largas e estreitas. Estas fatias estavam divididas por pequenos atalhos pelos quais se podia caminhar. Por causa disso se endureciam tanto como um pavimento de cimento dada a quantidade de gente que os transitava. Quando o semeador pulverizava a semente, uma parte dela podia cair nestes atalhos e ali não tinha nenhuma possibilidade de crescer. Mas havia outra forma de semear na Palestina. Às vezes se punha uma bolsa cheia de sementes sobre o lombo de um asno, se fazia um corte em um dos extremos da bolsa e logo se fazia o animal caminhar de uma ponta à outra do campo enquanto caía a semente. Era inevitável que parte da semente caísse sobre o caminho quando se conduzia o animal até o campo, e inevitavelmente as aves se equilibravam sobre ela e a comiam. Há alguns em cujo coração a verdade cristã não pode penetrar. Essa impossibilidade se deve à falta de interesse do ouvinte e essa falta de interesse, por sua vez, deve-se à incapacidade de perceber a importância da decisão cristã. O cristianismo não acha guarida em muita gente, não porque sejam hostis a ele, e sim porque são indiferentes. Creem que é algo irrelevante e que podem viver sem ele. Isso poderia ser certo se a vida fosse um caminho simples onde não existissem tensões nem lágrimas; mas a realidade concreta é que na vida de todos os homens chega um momento em que precisam de um poder distinto ao seu próprio. A tragédia da vida é que são muitos os que descobrem este fato muito tarde. (Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)

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