Livro Marcos (William Barclay) 104 (b) Devemos recebê-lo.
Quando ouvimos a mensagem cristã devemos fazê-la penetrar em nossa mente. A
mente humana é uma máquina estranha e perigosa. Estamos constituídos de modo
tal que quando um corpo estranho trata de penetrar no olho, este se fecha
automaticamente. É uma ação reflexa, instintiva. Quando a mente ouve alguma
coisa que não quer escutar, automaticamente fecha suas portas e a esquece. Em
alguns momentos, a verdade pode produzir dor; mas às vezes temos que aceitar
uma droga desagradável ou um tratamento doloroso para conservar a saúde. Fechar
a mente à verdade que não queremos ouvir é o caminho que nos levará diretamente
à tragédia e ao desastre. (c) Devemos transformá-lo em ações concretas. A
produção que se menciona na parábola foi de trinta, sessenta, e cem por um. É
uma colheita abundante, mas o terreno vulcânico da Galileia era famoso por sua
produção. A verdade cristã sempre deve traduzir-se em ações concretas. Em
última instância~, o cristão recebe um desafio, não para especular, e sim para
agir. Agora, tudo o que acabamos de ver é o sentido que encontramos na parábola
quando sentamos para estudá-la com atenção. E nós a lemos com tempo para
refletir sobre ela. Seria quase impossível para que quem a ouviu pela primeira
vez ter pensado em todas estas coisas; e devemos recordar, como vimos antes,
que originariamente a parábola foi pronunciada diante de uma multidão. Qual
seria o elemento que apareceria nas mentes da multidão que a ouvia pela
primeira vez? Sem dúvida seria o seguinte: que embora uma parte da semente
jamais crescia, o certo era que no fim do dia se recolhia uma colheita
esplêndida. Esta parábola põe fim ao desespero. Pode parecer que boa parte de
nosso esforço não consiga nenhum resultado, ou que grande parte de nosso
trabalho seja estéril. Isso era o que sentiam os discípulos quando viam que
expulsavam a Jesus da sinagoga e o olhavam com suspeita. Em mais de um lugar,
sua mensagem parecia ter fracassado, e eles se sentiam desalentados e
deprimidos. Não obstante, esta parábola lhes dizia, e também nos diz:
"Paciência! Faz tua tarefa. Semeia a semente. Deixa o resto a Deus. A
colheita está garantida." A LUZ QUE DEVE SER VISTA Marcos 4:21 Os
versículos 21-25 são interessantes porque nos mostram os problemas que os
autores dos Evangelhos enfrentavam. Estes versículos apresentam quatro ditos
diferentes do Jesus. No versículo 21 há um dito sobre o abajur. No versículo 22
se fala sobre a revelação das coisas secretas. No versículo 24 há uma frase que
afirma que receberemos na mesma medida em que tenhamos dado. No 25 se afirmar
que àquele que tem lhe será dado ainda mais. Agora, Marcos apresenta estes
versículos um após o outro, mas o versículo 21 é repetido em Mateus 5:15; o
versículo 22 é repetido em Mateus 10:26; o versículo 24 é repetido em Mateus
7:2 e o versículo 25 em Mateus 13:12 e também em Mateus 25:29. Isso quer dizer
que quatro versículos consecutivos do Evangelho de Marcos aparecem espalhados
por todo o Evangelho de Mateus. Ao ouvi-los, aparece um fato prático. Não
devemos tentar achar alguma conexão entre eles porque é evidente que não há.
São frases desconectadas entre si e devemos tomar uma por uma. (Estudando a Bíblia
livro por livro que Deus abençoe a todos)
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