
Jó (Comentário Bíblico Moody) 2 INTRODUÇÃO
Título. O nome do livro e do seu herói, 'iyyôb, aparece em textos
extra-bíblicos que datam desde 2000 A.C. Sua forma monossilábica, Jó,
vem da versão da Vulgata (isto é, do latim).
Gênero Literário. A essência do livro é poesia, engastada como
uma pedra preciosa entre um prólogo e um epílogo de prosa épica. Tal
estrutura A B A encontra-se em outras peças de literatura antiga. Como,
por exemplo, Hamurabi que colocou suas leis entre um prólogo e um
epílogo poéticos. E uma obra egípcia, The Eloquent Peasant, emoldura
os nove protestos semipoéticos do camponês entre a prosa do prólogo e
do epílogo.
Junto com os Provérbios, o Eclesiastes e, sob um certo aspecto, os
Cantares de Salomão, Jó pertence ao gênero da Sabedoria (hokmâ), um
tipo de obra amplamente ilustrada em uma variedade de formas na
literatura antiga do Oriente Próximo. Dentro do cânon das Escrituras do
Velho Testamento, a contribuição característica dos livros da Sabedoria
é que eles expõem a relação que existe entre a revelação da aliança fundamental dada através de Moisés e os grandes problemas da vida do
homem neste mundo, mais especificamente, da vida do homem à parte
do conteúdo peculiarmente teocrático da história de Israel. Existe muita
semelhança formal entre Jó e as diversas obras da Sabedoria extrabíblica; como, por exemplo, o estilo coloquial, e motivos tais como o
problema do sofrimento e o anseio pela morte. Não obstante, em seus
ensinamentos essenciais, Jó difere completamente da literatura da
Sabedoria extra-bíblica porque representa a mensagem única da
revelação redentiva, a sabedoria de Deus que torna tola a sabedoria dos
homens. Mesmo em sua estrutura literária, considerada como um todo,
ele é único – uma obra prima universalmente aclamada.
Intimamente relacionada com a forma literária está a questão da
historicidade. É claro que Jó foi um personagem histórico (cons. Ezequiel.
14:14, 20; Tiago. 5:11) e sua experiência foi real e substancialmente de
acordo com o registro deste livro. Não obstante, a poesia magnífica dos
diversos discursos tem competido ao assentimento geral da conclusão de
que o tratamento da narrativa aqui não é literal mas livre. Além disso, o
estilo épico semipoético do prólogo e do epílogo (com sua estrutura
estrófica e os refrãos), embora não exija que se aceite que a narrativa
seja lendária, sugere a possibilidade de um tratamento livre e figurativo
de alguns detalhes..(Que a paz Salvadora do Mestre Jesus esteja sobre sua vida e família)).Que Deus abençoe a todos.)