
Livro INTRODUÇÃO O Autor. Do próprio Habacuque nada se sabe,
exceto o que se pode deduzir deste livro que leva o seu nome. Ele é chamado de
"o profeta", sendo possível, portanto, que além de possuir o dom da
profecia fosse também membro do grupo de profetas profissionais. Algumas
observações musicais feitas ao salmo contido no capítulo dão a ideia de que ele
tenha profetizado no Templo, como os homens que foram mencionados em I Crônicas.
25:1. Coisa precária é dizermos algo sobre o caráter do profeta com base na sua
obra. Seu nome parece derivar de uma raiz hebraica que significa
"abraçar". Jerônimo (quinto século d.C.) declarou que o profeta era
chamado "O Abraçador", por causa do seu amor a Deus ou porque lutou
com Deus. Uma tradição rabínica liga o nome com II Reis 4:16 e diz que
Habacuque era filho da sunamita. É claro que isto não passa de fantasia e a não
ser que o nome do profeta fosse dado em antecipação ao seu ministério, como no
caso de Jesus (Mateus. 1:21), qualquer conjectura quanto ao seu significado,
embora interessante, é absolutamente sem sentido. Habacuque foi citado na lenda
apócrifa de Bel e o Dragão salvando Daniel da cova dos leões uma segunda vez.
Não necessitamos dar crédito a esta ou outras tradições que declaram que
Habacuque fugiu para a Arábia quando Jerusalém caiu e retornou à Palestina
depois do exílio babilônico. Essas histórias, entretanto, apontam para o
momento aproximado em que o profeta ministrou. Data. O momento exato da autoria
da profecia tem sido objeto de conjecturas como também a pessoa do profeta.
Mestres competentes têm Habacuque (Comentário Bíblico Moody) 2 sugerido datas
que vão desde 650 A.C. (C.F. Keil, Commentary on the Minor Prophets, pág. 410)
a 330 A.C. (E. Sellin, Introduction to the Old Testament, pág, 183). Por
diversos motivos a primeira data parece ser um tanto precoce, uma vez que
coincide com o período do domínio assírio em Judá; enquanto a última está
intimamente relacionada com a opinião de que os exércitos invasores descritos
no primeiro capítulo da profecia não foram os caldeus mas os gregos sob a
liderança de Alexandre, o Grande. A conclusão mais satisfatória parece ser que
a profecia foi escrita em um período quando os caldeus ou babilônios estavam
começando a ficar indóceis contra o poder assírio e talvez até mesmo a
demonstrar a sua força. Colocar a composição do livro bem mais tarde do que
isto, seria presumir que não foi realmente um predição da invasão de Judá pelos
caldeus mas uma referência ao que realmente já tinha acontecido e portanto uma
simples explicação da presença dos babilônios no ocidente como instrumento do
Senhor. A melhor conclusão parece ser que a profecia foi escrita quase no fim
do reinado de Josias (640-609 A.C.), de preferência depois da destruição de
Nínive pelas forças dos babilônios, medos e citas combinados em 612 A.C. Essa
época parece plausível por dois motivos. Uma é que o profeta parece surpreso em
saber que os caldeus foram escolhidos por Deus para castigarem a Judá
desobediente; afinal, o bom Rei Josias não era pró[1]babilônico
em suas simpatias políticas e não procurou atrapalhar o avanço de Faraó-Neco
quando este pretendia lutar contra os babilônios em 609 A.C.? O outro motivo é que
o despertar do poder caldeu fosse suficientemente evidente para que a descrição
do profeta tivesse significado para os seus ouvintes. Certamente o livro
deveria datar de antes de 605 A.C. , quando Nabucodonosor fez sua primeira
invasão da Palestina e levou Daniel e outros como prisioneiros para a
Babilônia. ( Que a paz do Mestre Jesus
esteja sobre sua vida e família que Deus abençoe a todos)