O CUIDADO AO ENTREGAR
Á RESPONSABILIDADES AOS FILHOS-Eu tinha cinco ou seis anos de idade quando
meu pai pegou do porão uma bicicleta velha que já havia sido usada pelos meus
três irmãos mais velhos. Depois de apertar alguns parafusos e colocar rodinhas
de criança, ele me chamou e disse que eu poderia aprender andar de bicicleta.
Algumas semanas depois, ele tirou as rodinhas e realmente aprendi. Com o tempo,
ganhei confiança para descer o declive atrás da nossa casa. Ainda bem que a
distância entre a minha cabeça e o chão não era muita, pois quando caí, bati a
cabeça! Nada grave. Levantei e continuei – até hoje – andando de bicicleta. E
já caí algumas outras vezes, mas nunca me feri gravemente, e nunca causei danos
aos outros. Acidentes de bicicleta podem ser graves, mas a grande maioria não
é.Completei 16 anos e, conforme as leis onde eu morava, consegui tirar a
primeira carta de habilitação. Poucos meses depois, meu pai confiou em mim para
pegar no volante sozinho. Sentei atrás do volante, virei a chave, coloquei o pé
no acelerador e senti as emoções de estar no controle de uma máquina muito mais
poderosa do que uma bicicleta. Em poucos segundos, eu poderia chegar a
velocidades acima de 100 quilômetros por hora, e mais de uma tonelada de aço e
borracha – principalmente aço – se projetava pela estrada. Que sensação de
liberdade! Que poder! Quer perigo! Agora, um pequeno erro, um instante de
distração, poderia custar caro. Eu, e talvez outras vítimas, poderíamos perder
a vida. A criança cresce. O adolescente se torna adulto. Com a idade vem a
liberdade, uma independência muito maior. Mas a liberdade e a independência vêm
juntas com a responsabilidade e o perigo. Um erro cometido por uma criança pode
trazer sofrimento e dor. Mas os erros dos adultos, quase sempre, trazem consequências
muito maiores. Jovem, você vai crescer e vai tomar controle de sua própria
vida. Poderá dizer: “Agora, eu estou no volante. A vida é minha; farei o que eu
quiser com ela.” Chegará ao momento que ninguém poderá forçar você a fazer
nada. Você vai tomar as suas próprias decisões e vai determinar o seu próprio
destino. Mas entenda bem. Esta transição de adolescente a adulto não é
brincadeira. Não se trata de bicicletas e patins. Você poderá ir longe, ou
poderá destruir a sua vida e as vidas de outras pessoas. Agora, você está no
volante!Para ajudar os jovens e seus pais, vamos considerar alguns exemplos
bíblicos e, depois, fazer algumas aplicações práticas. Como Absalão errou 2
Samuel 13 – 18.Quando sua irmã foi estuprada por
Amnon, filho do mesmo pai mas de outra mãe, Absalão se encheu de raiva. Durante
dois anos, ele alimentou seu ódio por Amnon. Absalão conseguiu armar uma cilada
e mandou matar seu irmão. Fugiu e ficou longe de seu pai durante três anos.
Quando foi permitido voltar para a mesma cidade, ainda não mostrou nenhum
arrependimento. Passando mais tempo, até se reconciliou com seu pai, mas ainda
não se arrependeu. Já se achando mais sábio do que Davi, seu pai e o rei de
Israel, Absalão começou a se exaltar diante do povo. Convenceu muitos dos
cidadãos que ele seria um líder mais compreensivo e justo do que seu pai, e
induziu alguns a se rebelarem contra o rei. A guerra civil que ele provocou
levou à sua própria morte. Quando Davi recebeu a notícia da morte de Absalão,
ele não sentiu alívio em saber que o inimigo foi vencido. Ele sentiu a angústia
mais profunda possível, e chorou: “Meu filho Absalão, meu filho, meu
filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu
filho!” (2 Samuel 18:33). Certamente, Davi havia sofrido durante
todos os anos da rebeldia de Absalão. Todos os pais fiéis ao Senhor sofrem
terrivelmente quando um filho está perdido, andando em caminhos errados. Mas
enquanto o filho está vivo, resta a esperança. Poderia se arrepender e voltar
para o caminho de Deus. A morte de Absalão fechou a porta, uma vez por todas, à
qualquer esperança que Davi mantinha por ele. Não há segunda chance depois da
morte. Não há reencarnação nem purgatório. Absalão morreu na sua rebeldia
contra Deus, e seu pai sentiu a mais profunda dor imaginável. Absalão assumiu o
volante e errou o caminho. Os resultados: um filho morto e um pai
inconsolavelmente angustiado. (Fonte Estudos da Biblia). Cabe aos pais,
que são os naturalmente capazes e instituídos por lei, estabelecerem formas
para a realização da educação dos filhos, ensinando-lhes o uso adequado da
liberdade, de seus limites e das suas responsabilidades. Esse processo
educativo ocorre através da convivência, onde se estreitam os laços afetivos e
morais com a família e refletem-se na sociedade. A afetividade, dentro do
núcleo familiar, corresponde ao respeito à dignidade humana, cláusula geral da
tutela da personalidade, em conformidade com o preceito legal do artigo 1º,
III, da Constituição Federal.
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