Livro Marcos (William Barclay) 71 (1) A religião não consiste em regras e
normas. Para nos referir diretamente ao tema que se debate aqui, a observância
dominical é Marcos (William Barclay) 70 importantes, mas na religião há muito
mais que a observância dominical. Se fosse possível que alguém se tornasse
cristão, limitando-se a não trabalhar nos domingos, ir à Igreja nesse dia, e
proferir suas orações e ler sua Bíblia, ser cristão seria muito fácil. Quando
os homens se esquecem do amor e da misericórdia, que são o próprio coração da
fé cristã e os substituem pelo cumprimento de regras e normas pode afirmar-se
que a religião está em decadência. O cristianismo consistiu sempre na obrigação
de fazer certas coisas antes que a proibição de não fazer outras. (2) A
primeira reclamação que qualquer ser humano está obrigado a atender é a
reclamação da necessidade humana. Até o Catecismo e as Confissões admitem que
as obras de misericórdia são perfeitamente legítimas inclusive em dias de
observância. Se o cumprimento de nossas obrigações religiosas nos impede de ir
em auxílio de alguém que padece necessidade, nossa religião não é uma religião
verdadeira. As pessoas são mais importantes que os sistemas. A melhor maneira
de adorar a Deus é ajudando os homens. (3) A melhor maneira de fazer uso das
coisas sagradas é pondo-as a serviço dos que padecem necessidade. Esse é o
único modo autêntico de dá-las a Deus. Uma das mais formosas histórias é a de
um Quarto imaginário Rei Mago. Seu nome era Artabán. Em seguida colocou a
estrela levando consigo uma safira, um rubi e uma pérola, três jóias
inestimáveis, para oferecer como presente ao novo Rei. A ideia é que se
combinou com Gaspar, Melquior e Baltasar para que os quatro juntos viajassem,
mas por diversas razões tinha saído de seu palácio com pouco tempo e se não
chegava dentro do termo convencionado, partiriam sem ele. De repente,
deparou-se com o vulto de um corpo humano cansado sobre o caminho. Era um
viajante doente de febre. Se se detinha para socorrê-lo chegaria tarde ao
encontro. Mas se deteve. Precisava de camelos e cameleiros para fazê-lo chegar
até a cidade mais próxima, do outro lado do deserto e Artabán vendeu a safira
que levava para ajudar o viajante doente. Ficou triste, entretanto, porque o
Rei que tinha nascido não teria sua joia. Quando Artabán chegou a Palestina e
ao povo de Presépio, José e Maria já tinham abandonado o lugar. Artabán se
alojou em uma casa onde tinham um menino pequeno por quem tomou grande carinho.
Chegaram os soldados de Herodes para executar a ordem de seu rei de matar a
todos os meninos da cidade. Os soldados bateram na porta. Ouvia-se o pranto das
mães em toda a cidade. Artabán abriu a porta e tapou o vão com seu corpo, alto
e escuro. Em sua mão tinha o rubi, que ofereceu ao capitão como suborno pela
vida do menino. O menino se salvou e a mãe transbordava de alegria; mas Artabán
já não tinha seu rubi e estava triste, porque pensava que já não poderia oferecer
essa segunda joia ao Rei. Durante anos andou procurando o Rei. Trinta anos
depois, ainda perseguindo seu ideal, chegou à cidade de Jerusalém; nesse dia
devia ser crucificado um homem no monte Gólgota, nos subúrbios da cidade. (Estudando
a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)
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