Livro Marcos (William Barclay) 76 (1) Para o fariseu a
religião era ritual: significava obedecer a certas leis, regulamentos e normas.
Jesus quebrantava essas regulamentações e os fariseus estavam sinceramente
convencidos de que era um mau homem. É como aqueles para quem ser religiosos é
ir à Igreja, ler a Bíblia, dar graças pelos alimentos em cada refeição,
celebrar reuniões familiares de oração e executar todas aquelas ações que são
consideradas como "religiosas", mas que são incapazes de ajudar a
alguém, que carecem de todo sentido de simpatia, que não querem sacrificar-se
pelos outros, que estão tranquilos em sua rígida ortodoxia e são surdos ao
chamado dos necessitados e cegos às lágrimas do mundo. (2) Para Jesus, no
entanto, a religião era serviço. Era amor a Deus e amor aos homens. O ritual
carecia de valor algum, em comparação com o amor posto em ação. Para Jesus o
mais importante de tudo na religião não era a execução correta de um ritual,
até o mais mínimo detalhe, e sim a resposta espontânea ao clamor da necessidade
humana. NO MEIO DA MULTIDÃO Marcos 3:7-12 Se não queria provocar um
enfrentamento radical com as autoridades, era necessário que Jesus abandonasse
a sinagoga. Sua retirada não obedeceu ao temor; não foi a retirada de um homem
que temia enfrentar as consequências de suas ações. Mas sua hora ainda não
tinha chegado. Tinha ainda muito que dizer e fazer antes do momento de que se
expor ao conflito final e definitivo. De maneira que abandonou a sinagoga e foi
para a margem do lago e ao ar livre. Até ali as multidões se congregaram em
torno dele, vindo às vezes de muito longe. Iam de toda Galileia; muitos faziam
a viagem de 150 quilômetros que separava a Galileia da cidade de Jerusalém, na
Judéia, para vê-lo e ouvi-lo. Iduméia era o antigo país do Edom, perdido no
longínquo sul da Palestina, na fronteira entre esta província e Arábia. Também
vinham da margem Leste do Jordão, e de países estrangeiros, porque havia na multidão
pessoas que tinham viajado de Tiro e Sidom, cidades fenícias sobre a costa do
Mediterrâneo, ao noroeste da Galileia. Tão grande era a Marcos (William
Barclay) 77 multidões que a situação chegou a ficar perigosa, e havia um barco
amarrada perto da costa pronto para evacuar o Mestre no caso da multidão viesse
a apertá-lo na tentativa de aproximar-se dele. As curas que Jesus efetuava o
colocarão em uma situação ainda mais perigosa; porque os doentes não aguardavam
o momento de Ele tocá-los, mas eles mesmos se jogavam sobre Ele para obtê-lo.
Neste momento Jesus enfrenta um problema muito especial. Tratava-se dos que
estavam possuídos por demônios. Recordemos que, seja qual for nossa crença com
respeito aos demônios, aquelas pessoas criam firmemente que demônios ou poderes
malignos exteriores com respeito a eles mesmos podiam tomar posse de seu corpo.
Chamavam a Jesus Filho de Deus. O que significava esta expressão? Por certo não
usavam o termo em um sentido que pudéssemos chamar filosófico ou teológico. No mundo
antigo o título de Filho de Deus era relativamente comum. Os reis do Egito eram
considerados filhos do deus Ra. A partir de Augusto a maioria dos imperadores
romanos em muitas inscrições aparecem qualificados de "filhos de
Deus".(Estudando a Bíblia livro por livro que Deus abençoe a todos)
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