11 de março de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO


 Livro Marcos (William Barclay)  181 Embora as cidades fenícias eram parte da Síria, todas eram  independentes e eram rivais. Tinham seus próprios reis, seus próprios  deuses e sua moeda própria. Exerciam uma autoridade suprema dentro  de um raio de vinte ou trinta quilômetros. Exteriormente, a davam para o  mar; e no interior, para Damasco; e a elas afluíam os navios do mar e as  caravanas de muitas regiões. No final Sidom perdeu seu comércio, que  passou às mãos de Tiro, e ao perder sua grandeza caiu em uma  degeneração desmoralizada. Mas o nome dos marinheiros fenícios será  sempre famoso como o dos homens que primeiro se guiaram em sua rota  pelas estrelas.  (1) Assim, pois, a primeira coisa importante que achamos aqui é  que Jesus está em território gentio. Será por acaso que este incidente  aparece aqui? O incidente anterior mostra Jesus apagando as distinções  entre mantimentos limpos e imundos. Pode ser que aqui o tenhamos  apagando simbolicamente a diferença entre pessoas limpas e imundas?  Os judeus, da mesma maneira que não contaminariam seus lábios com  mantimentos proibidos, tampouco contaminariam sua vida pelo contato  com os gentios imundos. Bem pode ser que Jesus esteja dizendo por  implicação que os gentios não são imundos, e sim que eles também  tiverem lugar no Reino. Jesus deve ter chegado a esta região tão ao norte  para procurar um alívio momentâneo das armadilhas a que estava  submetido por toda parte em sua terra. Fazia tempo que os escribas e  fariseus o tinham apontado como pecador, porque quebrava suas regras e  regulamentos. Herodes o tinha considerado como uma ameaça. O povo   de Nazaré o tinha tratado com uma escandalizada desconsideração. A  hora chegaria em que enfrentaria a seus inimigos com um flamejante  desafio, mas essa hora ainda não tinha chegado. Antes que chegasse, Ele  buscaria a paz e a quietude do retiro, e nesse afastamento da inimizade  dos judeus pôs as bases do reino dos gentios. É o prenúncio de toda a  história do cristianismo. O rechaço dos judeus se converteu na  oportunidade dos gentios.  (2) Mas há algo mais. Idealmente, essas cidades fenícias eram parte  do reino de Israel. Quando, sob Josué, a terra foi repartida entre as tribos,  a Aser lhe tocou uma porção “até à grande Sidom... e até à forte cidade  de Tiro” (Josué 19:28-29). Nunca tinham conseguido subjugar esse  território, e nunca tinham entrado nele. Não é isto também simbólico?  Onde o poder das armas tinha sido impotente, o amor de Jesus  Cristo tinha obtido uma vitória. O Israel terrestre não tinha conseguido  abranger o povo de Fenícia, agora tinha aparecido sobre eles o  verdadeiro Israel. Não era uma terra estranha a que Jesus tinha ido; era  uma terra que muito antes Deus lhe tinha dado como sua. Não estava  tanto entre estrangeiros, como em sua própria herança.  (3) O próprio relato deve ser lido com critério. A mulher acudiu  solicitando a ajuda de Jesus para sua filha. A resposta de Jesus foi que  não é lícito tomar o pão dos filhos e dá-lo aos cães. À primeira vista é  uma expressão chocante. O cão não era o apreciado guardião que é hoje.  Mais comumente o cão era um símbolo de desonra. Para os gregos, a  palavra cadela se aplicava a uma mulher audaz e desavergonhada, com a  mesma conotação que lhe damos hoje. Para os judeus era igualmente um  termo térmico de desprezo. “Não deis aos cães o que é santo” (Mateus  7:6; cf. Filipenses 3:2; Apocalipse 22:15). Com efeito, a palavra cão, às  vezes se empregava entre os judeus como um termo depreciativo  aplicado aos gentios.  (Estudando a Biblia livro por livro que Deus abençoe a todos)

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