Livro Marcos (William Barclay) 186 Quando foi feito, o povo declarou que o tinha feito tudo bem. Este não é outro senão o veredicto de Deus sobre sua própria criação no próprio começo (Gênesis 1:31). Quando Jesus veio trazendo cura ao corpo dos homens e salvação a sua alma, tornou a começar a obra da criação. No princípio todo tinha sido bom; o pecado do homem tinha posto tudo a perder; e agora Jesus estava trazendo de novo a formosura de Deus ao mundo que o pecado do homem havia afeado. Marcos 8 Compaixão e desafio - Mar. 8:1-10 A cegueira que deseja um sinal - Mar. 8:11-13 A experiência não aproveitada - Mar. 8:14-21 Um cego aprende a ver - Mar. 8:22-26 A grande descoberta - Mar. 8:27-30 O tentador fala na voz de um amigo - Mar. 8:31-33 O caminho do discípulo - Mar. 8:34 Achar a vida pelo ato de perdê-la - Mar. 8:35 O valor supremo da vida - Mar. 8:36-37 Quando o Rei vier aos seus - Mar. 8:38; 9:1 COMPAIXÃO E DESAFIO Marcos 8:1-10 Neste incidente há duas coisas intimamente entrelaçadas. (1) Há a compaixão de Jesus. Uma e outra vez vemos Jesus movido pela compaixão para com os homens. O mais notável a respeito de Jesus é sua consideração. Agora, a consideração é uma virtude que nunca descuida os detalhes da vida. Jesus olhou à multidão; tinham estado com ele três dias; e agora recordou que estavam longe de seus lares. Podia haver-se pensado que a mente de quem tinha vindo mostrar aos homens o esplendor e a majestade da verdade e o amor de Deus, estaria acima da preocupação pelo que ia acontecer a sua congregação em sua viagem de volta a seus lares. Mas Jesus não era assim. Confrontado com uma alma perdida ou um corpo doente, seu primeiro instinto era ajudar. A verdade é que o primeiro instinto de muitas pessoas é não ajudar. Em uma conferência me encontrei com um homem com o qual estávamos comentando os perigos de certo trecho do caminho para chegar ao povo em que nos encontrávamos. "Sim", disse. "É um trecho bastante ruim. Ao passar hoje por aí vi um acidente". "Deteve-se você a ajudar?" perguntei-lhe. "Claro que não", disse. "Não ia perder tempo me misturando em uma coisa assim". É humano querer evitar a moléstia de ajudar; é divino ser movidos por tal compaixão e piedade que nos vejamos compelidos a ajudar. (2) Há o desafio de Jesus. Quando Jesus teve compaixão da multidão e quis lhe dar algo de comer, os discípulos imediatamente assinalaram a dificuldade prática de que estavam em um lugar deserto, e que em quilômetros quadrados não havia onde obter mantimentos. Aí Jesus lhes devolveu a pergunta: "O que vocês têm, com o que poderiam ajudar?" A compaixão se converteu em desafio. De fato, Jesus lhes estava dizendo: "Não tratem de passar a responsabilidade a outra pessoa. Não digam que ajudariam se tivessem algo que dar. Não digam que nestas circunstâncias é impossível ajudar. Tomem o que têm e dêem e vejamos o que acontece". (Estudando a Biblia livro por livro que Deus abençoe a todos)
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