Livro Marcos (William Barclay)
165 A TEMPESTAD DOMINADA Marcos 6:45-52 Satisfeita a fome da multidão, Jesus
imediatamente mandou de volta a seus discípulos antes de se despedir da
multidão. Por que faria isso? Marcos não o diz, mas é muito provável que
tenhamos a explicação no relato que João faz do incidente. João nos diz que
depois que a multidão foi alimentada, houve um movimento para apoderar-se de
Jesus e, até contra sua vontade, fazê-lo rei. Isso era a última coisa Jesus
queria. Esse caminho do poder era o que tinha descartado, de uma vez por todas,
no momento de suas tentações. Ele pôde pressenti-lo, e não quis que seus
discípulos se poluíssem e fossem apanhados nesse estalo de nacionalismo. Galileia
era um reservatório de revoluções. Se esse movimento não fosse dominado,
poderia surgir entre as pessoas excitáveis uma rebelião que faria fracassar
tudo, e que só levaria ao desastre a todos os envolvidos. Assim Jesus envio de
volta a seus discípulos, para que eles também não fossem inflamados por esse
movimento, e logo acalmou à multidão e a despediu. Quando ficou sozinho, subiu
ao monte para orar. Sobre Ele se estavam acumulando os problemas: a hostilidade
das pessoas ortodoxas; as suspeitas de Herodes Antipas, governador da Galileia;
os ativistas políticos que queriam fazer dele um Messias nacionalista, contra
sua vontade. Nesta época tinha Jesus muitos problemas em sua mente e muitas
cargas em seu coração. Permaneceu, pois, várias horas entre as montanhas a sós
com Deus. Como vimos, isso deve ter ocorrido em meados de abril, e essa era a
época da Páscoa. Agora, a data da Páscoa se fixava, como ainda agora, de acordo
com a Lua cheia. A noite judaica ia das seis da tarde até as seis da manhã e
estava dividida em quatro vigílias das seis às nove, das nove às doze, das doze
às três da manhã e das três às seis da manhã. Por volta das três da manhã,
Jesus dirigiu a vista para o lago, que só tinha uns seis quilômetros de largura
e se estendia ante ele iluminado pela Lua. Levantou-se um vento, e Ele viu seus
homens no barco, lutando duramente para alcançar o outro lado. E o que
aconteceu? Imediatamente que viu os seus amigos em dificuldade, deixou de lado
seus problemas; terminou o momento de oração; tinha chegado o momento da ação,
esqueceu-se de si mesmo e foi em ajuda de seus amigos. Isto é da própria essência
de Jesus. O clamor da necessidade humana ultrapassava para Ele todos outros
reclamos. Seus amigos o necessitavam; devia ir a eles.(Estudando a Bíblia livro
por livro que Deus abençoe a todos)
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