7 de março de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO

 


Livro Marcos (William Barclay)  174 Não há perigo religioso maior que o perigo de identificar a religião  com a observância externa. Não há engano religioso mais comum que o  de identificar a bondade com certos atos chamados religiosos. Ir à igreja,  ler a Bíblia, contribuir financeiramente, até as orações estabelecidas não  fazem de alguém homem bom. A questão fundamental é como está seu  coração com respeito a Deus e a seus semelhantes. E se, em seu coração  há inimizade, amargura, cobiças, orgulho, todas as observâncias  religiosas do mundo não farão dele outra coisa senão um hipócrita.  (2) A segunda acusação que Jesus lançou implicitamente contra  aqueles legalistas foi que substituíam as leis da voz de Deus pelos  esforços do engenho humano. Porque em sua direção para a vida não  dependiam de ouvir a Deus; dependiam de escutar os engenhosos  argumentos e debates, as finas sutilezas e as hábeis interpretações dos  peritos legais. A sutileza nunca pode ser base da verdadeira religião. A  verdadeira religião nunca pode ser produto da mente do homem. A  verdadeira religião deve proceder sempre, não dos engenhosos  descobrimentos do homem, e sim simplesmente de ouvir e aceitar a voz  de Deus.   UMA REGULAMENTAÇÃO INÍQUA  Marcos 7:9-13   É muito difícil descobrir o significado exato desta passagem. Gira  em torno da palavra Corbã, e pareceria que esta palavra realmente  passou por duas etapas em sua significação no uso judeu.  (1) A palavra significa presente, dom. Era empregada para descrever  algo que estava especialmente dedicado a Deus. Uma coisa que era Corbã  era como se já tivesse sido colocada sobre o altar. Quer dizer, estava  completamente separada de todos os propósitos e usos ordinários e se  tornava propriedade de Deus. Se alguém queria dedicar algo de seu  dinheiro ou sua propriedade a Deus, declarava-o Corbã, e depois já não  podia ser empregado para nenhum propósito comum ou secular. Parece  que, já nesta etapa, a palavra podia prestar-se a usos muito sagazes.   Por exemplo, um credor podia ter um devedor que se negava a  pagar ou tardava o pagamento. O credor podia dizer então: "O que me  deve é Corbã", quer dizer: "O que me deve está consagrado a Deus."  Desde esse momento o devedor deixava de estar em dívida com seu  semelhante e começava a estar em dívida com Deus, o que era muito  mais grave. E o credor bem poderia descarregar sua parte na questão  fazendo uma pequena doação simbólica ao templo, e guardando o resto.  Em todo caso, o introduzir a idéia do Corbã neste tipo de dívidas era um  modo de chantagem religiosa, que transformava uma dívida ao homem  em uma dívida a Deus.   Ao que parece, a idéia do Corbã já era suscetível de abusos. Se esta  for a idéia que há por trás desta passagem, significaria que alguém  declarou Corbã sua propriedade, consagrada e dedicada a Deus, como  colocada sobre o altar, e logo quando seu pai ou sua mãe, em um  momento de necessidade vai a ele em busca de ajuda, ele diz: "Sinto  muito, mas não posso lhe ajudar porque nada do que tenho pode usar-se  em seu favor, pois está dedicado a Deus." O voto se convertia em uma  desculpa ou uma razão para evitar ajudar a um pai em necessidade. O   voto que alegava o escriba em realidade implicava a violação de um dos  Dez Mandamentos, que são a verdadeira lei de Deus. (Estudando a Biblia livro por livro que Deus abençoe a todos)

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