6 de março de 2025

ESTUDANDO A BIBLIA LIVRO POR LIVRO


 Livro Marcos (William Barclay)  172 Detivemo-nos bastante sobre estas leis dos escribas, esta tradição  dos anciões, porque é contra isto que Jesus estava. Para os escribas e  fariseus estas regras e regulamentações eram a essência da religião.  Observá-la era agradar a Deus; quebrantá-las era pecar. Esta era sua  idéia da bondade e do serviço de Deus. No sentido religioso, Jesus e  essas pessoas falavam diferentes idiomas. Precisamente porque Ele não  queria saber nada de todas essas regras era que o consideravam um  homem mau. Aqui há uma brecha fundamental: a brecha entre o homem  que vê a religião como ritual, cerimonial, regras e regulamentos, e o que  vê nela o amor a Deus e o amor a seus semelhantes.   Na próxima passagem se desenvolverá isto; mas está claro que a  idéia que Jesus tinha da religião e a dos escribas e fariseus não tinham  nada em comum.  AS LEIS DE DEUS E AS REGRAS DOS HOMENS  Marcos 7:5-8   Os escribas e fariseus viram que os discípulos de Jesus não  observavam as minúcias da tradição e o código da Lei oral acerca do  lavamento das mãos antes e durante as refeições, e perguntaram por que  Jesus começou citando uma passagem do Isaías 29:13. Ali Isaías acusa  ao povo de seus dias de honrar a 'Deus' com os lábios enquanto seus  corações realmente estavam longe Do. Em princípio, Jesus acusou aos  escribas e fariseus de duas coisas.  (1) Acusou-os de hipocrisia. A palavra hypokrites tem uma história  interessante e reveladora. Começa significando simplesmente alguém  que responde; passa a significar logo o que responde em um diálogo ou  uma conversação estabelecidos, quer dizer, um ator teatral, e finalmente  significa, não simplesmente um ator em cena, a não ser alguém cuja vida  é uma atuação sem nenhuma sinceridade. Aquele para quem a religião é  algo legal, para quem a religião significa levar a cabo certas regras e  regulamentações, para quem a religião está inteiramente relacionada com  a observância de certo número de tabus, no fim de contas tem que  resultar, neste sentido, um hipócrita. A razão disto está em que crê que é  um bom homem se levar a cabo as práticas e atos exteriores corretos,  não importa o que sejam seu coração e seus pensamentos.  Voltando ao caso do judeu legalista dos dias de Jesus, no íntimo de  seu coração podia aborrecer a seu próximo, podia estar cheio de inveja e  ciúmes e de oculta amargura e orgulho; mas isso não importava,  enquanto lavasse as mãos corretamente e observasse corretamente as leis  a respeito da pureza e a impureza. O legalismo leva em conta as ações  externas do homem; mas não leva em conta absolutamente seus   sentimentos íntimos. Pode estar servindo a Deus meticulosamente nas  coisas exteriores, e ao mesmo tempo desobedecendo-o flagrantemente  nas coisas interiores, e isso é hipocrisia.   O maometano deve orar a Deus certo número de vezes por dia. Para  fazê-lo, leva consigo sua esteira de oração; onde quer que esteja,  desenrola sua esteira, cai de joelhos sobre ela, diz suas orações e segue  seu caminho. Conta-se de um maometano que ia perseguindo a outro,  faca em mão, para assassiná-lo. Justo nesse momento soou o chamado à  oração, imediatamente se deteve, estendeu sua esteira de oração,  ajoelhou-se, rezou sua oração o mais rápido possível, e logo se levantou  e prosseguiu sua perseguição homicida. A oração foi simplesmente uma  fórmula e um ritual, e uma observância externa, simplesmente o correto  interlúdio na carreira do assassinato.  (Estudando a Biblia Livro por livro que Deus abençoe a todos)

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